quarta-feira, 10 de junho de 2009

QUEM FOI O ALMIRANTE NEGRO, JOÃO CANDIDO?

JOÃO CÂNDIDO, O ALMIRANTE NEGRO!


No início do século XX, precisamente no ano de 1910, durante alguns dias, mais de dois mil marujos movimentaram a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, ao tomarem posse de navios de guerra para exigir o fim dos castigos corporais na Marinha do Brasil. Mas, qual a relação do termo chibatada com um movimento realizado por integrantes da Marinha brasileira?

Em abril de 1910, o “Minas Gerais” chegou à Baia da Guanabara, era o navio mais bem equipado do mundo, mas, as questões de regime de trabalho, o recrutamento dos marujos, as normas disciplinares e a alimentação deixavam a desejar. O retardamento das reformas nessas áreas fazia lembrar os anos dos navios negreiros. Tudo na Marinha, Código Disciplinar e recrutamento, principalmente, ainda eram iguais ao da monarquia. Homens de bem, criminosos, marginais eram juntamente recrutados para servirem obrigatoriamente durante 10 a 15 anos e, a desobediência ao regulamento tinha a punição de chibatadas e outros castigos.

Mas, em 16 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca, através do Decreto nº 3 – um dia depois da Proclamação da República – acabou com os castigos corporais na Marinha do Brasil mas, um ano depois tornou a legalizá-los: “Para as faltas leves, prisão e ferro na solitária, a pão e água; faltas leves repetidas, idem idem por seis dias; faltas graves 25 chibatadas”.

Os marujos não aceitaram e começaram a conspirar, principalmente alguns que estiveram na Inglaterra e viram a diferença de tratamento dos que lá eram recrutados. Além disso, corria notícia no mundo da revolta do encouraçado Potemkim. Em novembro de 1910 o marinheiro Marcelo Rodrigues foi punido com 250 chibatadas deixando evidente o sistema escravocrata ainda no país, ou seja, as duras punições impostas aos escravos antes da Lei Áurea em 1888.


Além disso o Almirante Negro um bravo lutador que revolucionou a luta pelos direitos dos marujos que sofriam castigos desumano, maus-tratos e viviam sob condições desfavoravéis.

Filho de ex-escravos, João Cândido entrou para a corporação em 1894, aos 14 anos.

Finda a revolta e traídos pelo Governo, que prometera anistiar todos os revoltosos, João Cândido e companheiros acabam presos. A defesa de Evaristo de Moraes inocenta o grupo. Mas, daí para frente, o Almirante Negro passa a levar, até a morte, a fama de líder subversivo.

O NEGRO DA CHIBATA ilumina, ainda, um período pouco conhecido da história do Almirante Negro, e que vai da absolvição à morte, no Rio de Janeiro, em 1969, aos 89 anos. Aponta que a fama de "perigoso" não reflete as convicções políticas de João Cândido, muito menos encontra respaldo na vida que passou a levar, após o fim da revolta — época marcada pela perseguição política, pela penúria e pelas tragédias pessoais. De marinheiro a pescador, recluso e doente, teve a polícia vigilante até mesmo em seu enterro.Em 1910, uma viagem de instrução à Inglaterra alicerça, entre os marinheiros brasileiros, as bases para o levante conspiratório que poria fim ao uso de castigos físicos na Marinha.

O QUE FOI A REVOLTA DA CHIBATA?
A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Pode-se considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.

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